João Santos a 20 de Abril de 2009 às 09:37
No dia 23, será escolhido o projecto do Marítimo ou o do …. Nacional?
O Clube Sport do Mar necessitava de um autocarro de 20 lugares. Para o efeito, definiu as suas características e lançou uma consulta ao mercado. O concurso admitia variantes.
Responderam meia dúzia de concorrentes.
Um deles, esqueceu-se de referir na proposta escrita, que a viatura tinha suporte para a matrícula. O Júri, rigoroso, a pedido de uma das empresas, tratou logo de excluir a proposta. Mais tarde, soube-se que era a proposta cumpridora mais barata…
A maioria das empresas apresentou várias variantes: uns com cadeiras com forros de cabedal, outros, tecido. Uns com GPS outros com ABS. Outros ainda pintaram a viatura com as cores do Clube, outros apresentaram-na verde, outros, vermelha.
Um concorrente, mais espertalhão, apresentou… uma carrinha de 9 lugares. Para além da viatura de 20 (esta, muito cara).
A carrinha de 9 lugares era igual à que tinham “vendido” ao clube concorrente (o Clube Desportivo da Serra) anos atrás. Com algumas diferenciantes. Claro que era mais barata que os autocarros de 20 lugares propostos. Mas, viu-se logo, a diferença de custo era mínima e o valor do bem, quase metade do dos outros.
Não se entendeu porque não foi eliminada esta proposta ALTERNATIVA que não era, de alguma forma, uma VARIANTE ao que pretendia (e definiu isso à partida), o CSM, na definição do objecto a concurso.
Claro que não estamos a falar de carros. Mas sim do Estádio dos Barreiros.
As últimas notícias referem que a “carrinha de 9 lugares” está na corrida. Mas como? Não respeitou o objecto de concurso que solicitava a apresentação de valores de construção para um Estádio pré-definido pelo Marítimo (projecto base).
Em vez de um Estádio com capacidade (agora ou no futuro, quando aparecer um investidor) de introdução de espaços comerciais temos, nessa proposta, um Estádio “aberto aos lados”, sem futuro e que faz perder e dispersar todo o ambiente desportivo criado pelo público. Para entendermos do que estamos a falar, basta comparar os ambientes de estádios como o de Braga ou do Nacional com os de tipologia inglesa onde o público quase “toca” os jogadores após os golos ou na marcação dos pontapés de canto. Quais são as imagens de maior emoção a que assistimos nos jogos ingleses e que mais marcam quem as vive e quem as vê? As que se sucedem junto às balizas. Quando há um canto, um livre, uma jogada, … um golo. Alegrias dos jogadores logo ali, partilhadas com o público.
Ora, colocando as bancadas apenas nas laterais, fazemos crescer o estádio em altura. Prejudicando a cidade, a vizinhança e os espectadores, que ficam mais longe da relva…
Um Estádio igual ao do Nacional? Não obrigado. Foi para evitar essa opção que o Marítimo elaborou um projecto base.
É mais barato? Como?
Se constrói apenas 28 mil metros (é uma carrinha de 9 lugares) e hipoteca a expansão comercial determinante para o futuro do estádio e do clube? Não sendo a proposta excluída (como deveria ser), como comparar preços de propostas quando o objecto proposto é diferente?
Utilizando o custo por metro quadrado. Obviamente. Preço, em construção, tem que ser relativo. Até porque o Governo Regional, e bem, já clarificou o que apoia (a componente desportiva) e com que valor (trinta e um milhões e meio). Gastar mais de 1000 Euros por metro quadrado (as variantes apresentam construção a pouco mais de 600 Euros) e ficar com o futuro hipotecado, um estádio igual ao Nacional e sem o (pretendido) forte e carismático ambiente desportivo? Não obrigado.
Aguardemos pelo dia 23 pela decisão a anunciar na Assembleia Geral, mas, um Estádio igual ao do Nacional?
Não obrigado.