Segunda-feira, 22.04.19

AUMENTOS - EPC Inovação - Escola Preparatória da Calheta (atual EBSC), 1990

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AUMENTOS

 

“Avisam-se os alunos

Que deverão efectuar o pagamento

Do lanche e transporte.”

 

O quê?!! Aumentou?!!

 

Isso não pode acontecer

Deve continuar como antes,

Porque não somos milionários

Somos apenas estudantes.

 

A escola tem que rever isto

Se conseguir, assim é que é,

Estamos todos esperando

Pela ajuda da C.E.E.

 

Aumento do transporte da escola

Para qualquer paragem,

E temos ainda que pagar

Os estragos que os outros fazem.

 

E agora como vai ser isto?

Arranjamos notas falsas…

Porque se não for assim

Temos que vender as calças.

 

- Quirino Vieira, 1990

 

publicado por qvieira às 14:06 | link do post | comentar
Quinta-feira, 11.04.19

HORA DA VERDADE - EPC Inovação, 1990

Artigo do "EPC Inovação", Jornal da Escola Preparatória da Calheta, atual Escola Básica e Secundária da Calheta, início do ano 1990.

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AS DISCIPLINAS DO 8º ANO!

 

Matemática!

Aula difícil e problemática

Na cabeça não há onde coloque,

Alguns estudam e têm prática

Outros estão à espera do toque.

 

Moral!

Matéria ditada ao “bom pastor”

Só quatro vezes por mês,

Ralham todos com o professor

E no fim querem um três.

 

Inglês!

Interessante é esta língua estrangeira

Mas na aula todos na “sua”,

Depois só respondem asneira

Apanham falta e vão p’rá rua.

 

E. Física!

Aula excelente, muito desporto

Ao ar livre se pode praticar,

Todos o fazem com muito empenho

Porque não é preciso estudar.

 

F. Química!

Muito trabalho e muito estudo

Para na cabeça ficar bem metido,

Quem inventou isto tudo

Não devia ter nascido.

 

História!

Quando é boa a matéria

O interesse é de cem por cento,

Quando esta é uma miséria

É apenas um passatempo.

 

Desculpem a interrupção

Desta poesia sem meta,

Mas já não tenho cabeça

Para inventar a história completa.

 

- Quirino Vieira, ano 1990

 

publicado por qvieira às 16:29 | link do post | comentar
Sexta-feira, 21.12.18

Carros de madeira!

Fluíam-se entretanto o início/meados da década de oitenta!... Os dias de verão tórrido e a subsequência dos escaldões que se propagavam sobre as peles expostas da juventude ingénua, cuja moça ignorância cegava-se pela adrenalina duma geração pouco informada acerca das cautelas que lhes asseguravam dos males que hoje todos conhecem; em épocas de pouca informação oriunda dos computadores e do mundo virtual, estes que na altura se avistavam apenas em filmes de ficção científica; e, nos tempos em que a hiperatividade adolescente designava-se por maluquice, onde a birra e a baboseira nunca conheceram o seu verdadeiro psicólogo, a construção artesanal de carrinhos de madeira partia sempre do improviso dos jovens adolescentes, dos quais, a imatura criatividade dispunha apenas das mais simples e tradicionais matérias primas da localidade! As tábuas; os galhos de urze; os resíduos de pneus automóveis; bem como, os fios de arame e pouco mais, completavam o material necessário para dar início ao fabrico dos “meios de transporte”, que numa espécie de carros de corridas loucas nunca garantiram qualquer segurança à integridade física dos seus pequenos “chauffeurs”! Este já extinto património cultural partia do exemplo precioso e de um paradigma que fora herdado dos seus ascendentes, que serviu e de que maneira, para preencher os longos dias da borga; os outros tempos da brincadeira e da ocupação dos tempos livres! Foram costumes e tradições de outras décadas que com a chegada da evolução tecnológica tudo obteve o seu ponto final!...

 

Nunca sem antes serem carregados às costas que nem cangas animais até ao seu ponto de partida, na Atouguia e do cimo do Lombo, da montanha, à sua base, o calhau! Nomeadamente, “do jogo da bola” à serra d’água (onde recentemente fora construído o Hotel Saccharum), patenteava-se um dos trajetos dos tais carros de madeira, de fabrico artesanal, que estavam moldados para serem movidos em função da gravidade do planeta e onde a teoria da deslocação regia-se somente pelo velho ditado: " a descer todos os santos empurram"!

 

Estas corridas que por ladeira abaixo faziam-se por norma em grupos, longas e loucas, a alta velocidade imposta sobre a calçada irregular e inclinada; o barulho e os gritos de divertimento adolescente, bem como, o perigo exposto aos participantes e não só, por cada metro do percurso, via-se e ouvia-se! Sem dúvida, seria esta a “fanfarra” a causadora de um dos mais dormentes formigueiros no rabo que alguém possa ter registado em memória! Ao regresso no final, a todo aquele fastio sobreponha-se à canga de todas as engenhocas de madeira que por ladeira àcima tinham que voltar para casa..

 

- Quirino Vieira

 

Post em 2009

publicado por qvieira às 23:51 | link do post | comentar
Sexta-feira, 07.12.18

Mentalidades e formação no desporto!

Em virtude dos nossos direitos por tudo o que se dá das nossas diligências é exigível no mínimo uma recompensa, na vida ninguém dá nada a ninguém! As recompensas são as contrapartidas daquilo que fazemos ou que produzimos em bom proveito para o desenvolvimento da sociedade e que, por sua vez, estes esforços possam trazer algo que nos satisfaça e que contribua para a nossa sobrevivência!

 

Todos sabemos que quando se fala em recompensas não se trata de se falar apenas em contrapartidas monetárias que logram a nós em troca de alguma coisa. Um filho que reconhece e trata a sua progenitora por mãe ou que simplesmente sorria para ela, por si só, a compensação para a receptora é bastante satisfatória, diria até, eternamente gratificante e não há dinheiro que pague por tão hábil reconhecimento!... Desde um pequeno elogio até a um simples agradecimento; desde uma "palmadinha nas costas" até ao "quem por gosto faz regala a vida"; tudo o que em proveito do nosso tempo possa surgir em abono da nossa felicidade vai estar sempre ao encontro daquilo que faz valer a pena todos os nossos esforços e nos vai incentivar a continuar e a querer dar sempre o nosso melhor; vai fazer valer o nosso empenho; vai fazer com que o nosso tempo seja intrinsecamente dado como bem entregue e vai colocar em prática valores que sirvam de exemplo para os mais jovens!… Ao que por gosto fazemos e que para tal ficamos sujeitos ao trabalho, as recompensas convergem-se apenas em momentos de lazer; concentram-se no papel que  nos cabe; naquilo que nos satisfaz e que nos dá reconhecimento perante o ciclo social!

 

No entanto, o contexto das recompensas é deveras bem mais vasto e abrangente, o "lucro" alcançável não vai depender apenas dos nossos esforços e do nosso trabalho; do nosso empenho e dos nossos propósitos; da nossa sorte e da forma como se olha para o que se gosta de fazer… mas, principalmente, vai estar à mercê e vai depender da boa fé e dos propósitos alheios! Vai depender sempre da envolvente e da mentalidade ferida da nossa sociedade e vai depender do espelho que irá apresentar o reflexo dos nossos compromissos!... Por mais que profundo possa ser o nosso empenho de mortais que erramos, se o propósito das massas não estiver ao alcance do nível do umbigo de cada um, todas as recompensas que possam alimentar a nossa motivação caem por terra!...

 

A imposição do rigor, do plano disciplinar e do respeito obrigatório por aqueles que diariamente trabalham sob um plano já traçado, são trunfos muito importantes e necessários para equilibrar as hostes intelectuais! É importante ganhar coragem e agir!

 

Nunca vamos ser recompensados por alimentar, mesmo que involuntariamente, aquilo que enterra ainda mais a real mentalidade humana!... Em condições contrárias ao rigor disciplinar, o nosso contributo corre sérios riscos de numa multidão tornarem-se maus os que ainda bons são! O nosso bem intencionado contributo corre o risco de estoirar e tornar a curto prazo insustentáveis os nossos mais nobres projetos!...

 

Com isto, ficamos nós sujeitos àqueles que hoje nos estão a aplaudir, sejam os mesmos que amanhã nos vão negativamente apontar o dedo!...

 

- Quirino Vieira

publicado por qvieira às 20:17 | link do post | comentar
Sexta-feira, 19.10.18

As "Santinhas"

As “Santinhas” eram duas irmãs, a Maria e a Maria!

 

Foram duas Marias irmãs de sangue, idosas de postura arrebitada e atlética, solteiras que sempre viveram juntas! Devotas da igreja católica e fiéis aos trabalhos de uma agricultura que lhes foi garantindo o sustento. Nas suas longas vidas prevaleceu a simplicidade! Muito organizadas eram as "santinhas" e com hábitos de bom zelo, generosas e bem educadas! Uma pilha de décadas na bagagem destas irmãs onde durante os tempos nelas se foi acumulando sabedoria aos montões!... Quilómetros a fio de água de giro para rega e milhares de sinfonias matinais entoadas pelos seus despertadores da capoeira (de minha má memória) foram preenchendo as suas bem determinadas missões e o fazer jus das suas partes na esfera dos vivos...

 

A mais nova sabia ler e escrever o quanto baste, a Maria! Já a outra não, a outra Maria, a mais velha, completava o cérebro das duas! Numa espécie de relações públicas desta dupla, era a mais velha que às representava! Apesar de entre elas tudo ser detalhadamente controlado pela outra mais arrebitada, a Maria mais nova! As santinhas eram pessoas sociáveis, davam-se bem com toda a gente! Tudo nelas parecia ensaiado! Peguilhavam-se, volta e meia a envolvente ao choque de ideias fervia, sou testemunha. Algumas vezes deste lado acenei no sentido de lhes repor a ordem! Era tudo sereno e fácil, tudo rapidamente se recomponha! Completavam-se uma à outra e tinham consciência de tal importância, tudo funcionou entre estas irmãs Marias como um sistema, onde unidas tudo se fundamentava.

 

O ritmo sincronizado e ligeiramente acelerado entre elas perfilou o frequente que às caracterizava! As correrias na alvorada precedente ao nascer do sol, nos seus campos agrícolas e os homens contratados às suas responsabilidades para trabalho de enxada, o terço rezado em voz alta ao cair das noites, iam preenchendo o velho ditado de “deitar cedo e o cedo erguer…” de duas vidas onde o longo ciclo se pautou por escassas mudanças de rotina!

 

A sombra das folhas das vinhas cheirosas e frescas de uva americana, que cobria o quintal do lar por elas compartilhado e os três ou quatro degraus da entrada que sempre serviram de assentos para o habitual repouso e observatório nas tardes escaldantes de verão, preencheram um cartaz de duas manas em que a harmonia se descarrilou com a partida da Maria mais velha!... A Maria mais nova hoje está ainda viva e em boas mãos!...

 

- Quirino Vieira, 17-10-2018

publicado por qvieira às 16:54 | link do post | comentar
Quinta-feira, 19.07.18

Horizonte infinito - ciclo da VIDA

Ao fundo e a perscrutar constante
Do mais que pode a visão alcançar
Remoto e infinito aos olhos distante
Risca o traço azul do céu e do mar

 

A outra banda de seu longo esplendor
Que da natureza o bem corresponde
Testemunha o fenómeno separador
Que se dá nele quando o Sol se esconde

 

Na escuridão generosa a Lua sempre vela
O horizonte fixo que mantém sua teimosia
Aguardando com quietude a coisa bela
De acordar esperto com a luz do novo dia!

 

O sobrevir do silêncio da madrugada
À fresca alvorada vem acrescer
O vermelho clarão da aurora sagrada
Revela o Sol estar prestes a nascer

 

A montanha de colorido arcado
Já com raios aos olhos encandear
Enceta o extenso dia adorado
De largas horas com Sol a brilhar!

 

Faça frio, vento, ou faça calor
Façam-se sinais da natureza munida
Será por linha encarar tudo com amor
Pois é este o ciclo que controla a VIDA

 

- Quirino Vieira

publicado por qvieira às 15:02 | link do post | comentar
Quarta-feira, 02.08.17

MÃE

Mãe,

 

Comigo a pensar, para ti hoje me dei
E à consciência que tantas lembranças advém
Em letras perpétuo, pois doutro modo não sei
Prisioneiro da angústia de quem já não te tem

 

É verdade Mãe,

 

Cinco anos que já partiste, eu sei
Daí a homenagem que hoje te faço
Recorrer à saudade, a forma que achei
Para em poesia imortalizar-te um abraço

 

Pensar em ti torna-me forte
Na tua identidade que hoje me mantém
Serás para mim sempre o suporte
Onde quer que eu esteja MÃÃÃEEEE!

 

- 07-08-2012

 

- Quirino Vieira

publicado por qvieira às 05:57 | link do post | comentar
Terça-feira, 20.07.10

Atouguia, fundo do vale: Calvos pequeninos – nus de pele branca

Na Calheta, antigamente, quando a era do desenvolvimento regional e quando a aproximação rodoviária ao centro da ilha, Funchal, ainda era um mito, as populações da localidade contentavam-se com modos de vida mais sedentários. A essência da maioria dos calhetenses ministrava-se de forma bem mais original, regia-se o dia-a-dia por costumes e tradições próprias de uma terra, na época, ainda pouco exposta ao consumismo. Os dias de hoje, controlados pelo capitalismo, por si só, ameaçam a garantia de um futuro sustentável para as gerações vindouras, criam a pavorosa dúvida sobre a estabilidade do futuro, criam a iminência atroz que horroriza as mentes já receosas. Tudo que acaba por omitir a beleza natural que esta ilha nos oferece, tudo que esconde o lindo clima que esta pérola nos proporciona…

 

Ilustres piscinas naturais, que estais hoje expostas ao abandono; para muitos, nunca cairás no esquecimento. Ó formosuras espalhadas por vários pontos do caudal da ribeira, dona de vale fundo, compostas por declives e quedas de água: fostes vós consideradas autênticas “escolas de natação”, as testemunhas “oculares” do tronco nu de muitas crianças; muito que, por várias gerações, fostes consultadas. Por filhos, por pais e… por avós!...

 

Desde os nove anos de idade, a adesão diária ao mergulho, em época de verão, fazia-se em massa. Rãs no imediato, nem vê-las! Estes “sapos da poça” eram de penugem, que na tenra idade, os cabelos, apenas se contavam sobre a cabeça; calvos pequeninos – nus de pele branca. Eram estes utentes, os menores, responsáveis por aquele barulho ao fundo do vale, os responsáveis pelas pranchadas na água acompanhadas pelos gritos jovens e pelo barulho da corrente. Ouvia-se cá de cima! Eram os “artistas”, autores, dos prejuízos nos terrenos de feno abundante que circundava o leito do caudal. As fugas à pedrada, proveniente dos seus donos impertinentes, eram encaradas, pelos pequeninos, como porfias desportivas. As fugidas a jusante do percurso de água, de pés descalços e sobre o irregular monte de calhaus, eram o “prato do dia” composto pela adrenalina elevada e pelo “salve-se quem puder”, vista pelos pequenitos como “cereja sobre o bolo”, após a fadigada tarde de fanfarras na zona. Seguiam-se os ataques aos frutos silvestres; as papaias, as amoras, os tabaibos, as nêsperas, pouco lhes dava o bicho!... O regresso era já à noitinha, a mancha molhada, no rabo, era o único que transparecia de mais um dia de piscinas naturais dos calvos pequeninos – nus de pele branca…

 

A foz do vale acentuado, ladeado pela falésia que sua base, hoje, se assemelha ao Rio de Janeiro, por estar coberta de quadrúpedes e de areia amarela que no Inverno espelha o seu medíocre valor pouco, ou nada, condizente com o traçado original da referida enseada, fruto de pedregulhos caídos do acentuado rochedo que ainda hoje ameaça descambar sobre a ingenuidade humana!... Foi, naquela época e na sua versão mais original, o destino que sucedeu as poças da ribeira dos então já grandinhos!...

 

- Quirino Vieira.

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"Poça da laja" - Ribeira do Lombo da Atouguia - Calheta, ilha da Madeira.

 

 

 

publicado por qvieira às 15:00 | link do post | comentar
Quarta-feira, 26.05.10

Blogue-animal de estimação, a testemunha do meu umbigo

Considero o presente blogue o meu animal de estimação preferido, não descurando, claro, o galo novo da vizinha que é o portador herdeiro das maravilhosas sinfonias, deixadas pelo galo velho já falecido, que são uma espécie de despertador sarcástico responsável pelo enceto da minha boa disposição diária. Entre outros, o blogue lá vai comandando o ranking das minhas preferências…

É verdade, denomino-o, o meu diário da Web, por animal de estimação distintivo por várias razões… Primeiro, por ser um companheiro ao nível do meu umbigo, o mais estimado, claro. Segundo, pelas vantagens que acarreta em relação a outros animais, seres vivos, no que toca designadamente à ausência de alguns cuidados a ter como: higiene, alimentação, etc. Se bem que para usufruir do prezado companheirismo de um blogue a tempo inteiro, o custo da factura proporcione a sensação de posse de afanípteros saltadores pelo corpo todo equivalente àqueles que às vezes se instalam no couro dos peludos de quatro patas. Enfim, prós e contras… Terceiro, um blogue é um blogue, é o espelho quotidiano do nosso estado de espírito, é a projecção de ideias, improvisos, críticas, manias, tontices e pouco mais de útil para a sociedade. Essa coisa de, o meu blogue é melhor que o teu, é equivalente à minha pila ser maior do que a tua! O blogue não é o lugar certo para gritar ao mundo que tenho um crânio, pois ele é apenas o meu animal de estimação, a testemunha do meu umbigo. Se postar um artigo, aqui, no meu fiel companheiro, sobre arte ou sobre algo de muito proveitoso em relação à solidariedade de interesses, e, se postar outro sobre os escaldantes mistérios da costela de Adão (mulher), sem nada de artístico, qual destes me proporcionará mais visitas?... Áh! Eu não me preocupo com visitas, o meu blogue não tem como objectivo os visitantes, indignam-me os anónimos, os trolls, os chatos, as alfaces. Então afinal para que serve um blogue? Para limpar o cu?... Os filtros do Google analytics testemunham que as keywords mais usadas pelas buscas provenientes de provedores de serviços relativos a instituições de alto gabarito, por vezes, espelham na realidade o que procura o consumidor da blogosfera… Que mais poderia eu cuscar no animal de estimação da vizinha?...

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Segunda-feira, 30.11.09

A adopção de crianças por casais do mesmo sexo – efeitos secundários

Opinião

 

Opinar a causa adopção impõe ponderar o compassivo mundo real. A infância exposta ao abandono hipoteca toda a sociedade. A providência, a responsabilidade, o tema em si, exige transparência e sinceridade por parte de todos. A unanimidade face ao esforço em propósito restituir às crianças abandonadas o elevado valor que na íntegra deverá pertencer a todos, o Lar, força a um pacto que abstenha feitios, inclinações políticas e teorias que impeçam a urgente, rápida, resolução individual de cada caso. A dívida dos adultos perante a infância actual, carecida de apoios, educa, projecta e espelha o destino de toda a nossa sociedade.

 
O nº 1 do artigo 69.º da Constituição Portuguesa é claro: “As crianças têm direito à protecção da sociedade e do Estado, com vista ao seu desenvolvimento integral, especialmente contra todas as formas de abandono, de discriminação e de opressão e contra o exercício abusivo da autoridade na família e nas demais instituições.”
 
A causa nobre: “adopção de crianças por casais do mesmo sexo” visa responder às necessidades urgentes que pressionam civicamente a nossa sociedade. Visa, também, democratizar ainda mais a liberdade. O direito que todos possuem, independentemente da sua orientação sexual, em viver uma vida digna usufruindo da legitimidade de contribuir para a educação dos nossos descendentes, cooperando, assim, no combate ao abandono das crianças. No entanto, em consideração que todos os remédios produzem efeitos secundários e que, neste caso, serão devastadores. Portugal, em minha opinião, não está preparado para responder ao impacto provocado pelos casos de insucesso que provenham desta medida. Essas crianças terão na pele o infortúnio que às reservará para sempre. É necessário, em primeiro lugar, educar mentalidades. A médio prazo a descriminação sofrida por parte dos casos mal sucedidos, será “caldo” saboroso que a comunicação social usará para aumentar audiências. É esta a infeliz realidade que se vive no nosso País. O choque de normas legisladas permite que num plano menos ético se exponham casos infelizes e que são de responsabilidade e de interesse comum a todos. Os homens de amanhã exigirão justiça!...
 

 

publicado por qvieira às 15:25 | link do post | comentar | ver comentários (3)

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